| Ainda sobre a questão "é possível criar uma mente artificial"? Caso sim, até que ponto essa mente seria uma consciência viva e autêntica? Ou seja, um Ser consciente, não-simulado, mas à nossa imagem e semelhança? Isso implicaria que Deus está morto? Que a nossa origem foi meramente casual? Fiquei muitos anos pensando nisso, foi um dos problemas mais difíceis que enfrentei para continuar esta tese. |
Bem... Escolhi que sim (E sim, é uma escolha). Sim, é possível criar uma mente consciente, mas isso não significa que Deus está morto. Embora meu conceito de Deus não seja o convencional - sobre isso falarei mais adiante nos próximos posts.
Estudando sobre esse assunto, fiquei convencido de que a computabilidade não-local presente na mente humana não deve ser procurada por meio da física clássica. Ela só poderá ser desvendada pela física quântica.
Até agora cientistas não conseguiram provar que é possível criar consciência artificial, mas também não conseguiram provar que é impossível. Quanto mais estudo sobre este assunto (para isso recorro à física, computação, matemática, psicologia e filosofia), percebo que se trata de uma limitação da tecnologia do nosso tempo, em várias áreas.
Os desafios para entender e criar uma mente consciente são gigantescos, e envolvem várias áreas da ciência: matemática, filosofia, física, psicologia, neurociência e outras. Já descobrimos muita coisa, mas ainda estamos engatinhando, o caminho será muitíssimo longo. Sobre isto, como já disse, não temos provas, mas temos indícios muito animadores que já produzem ótimos resultados, e indicam estarmos na direção certa.
Tomamos como exemplo um Smartphone.
Estudando sobre esse assunto, fiquei convencido de que a computabilidade não-local presente na mente humana não deve ser procurada por meio da física clássica. Ela só poderá ser desvendada pela física quântica.
Até agora cientistas não conseguiram provar que é possível criar consciência artificial, mas também não conseguiram provar que é impossível. Quanto mais estudo sobre este assunto (para isso recorro à física, computação, matemática, psicologia e filosofia), percebo que se trata de uma limitação da tecnologia do nosso tempo, em várias áreas.
Os desafios para entender e criar uma mente consciente são gigantescos, e envolvem várias áreas da ciência: matemática, filosofia, física, psicologia, neurociência e outras. Já descobrimos muita coisa, mas ainda estamos engatinhando, o caminho será muitíssimo longo. Sobre isto, como já disse, não temos provas, mas temos indícios muito animadores que já produzem ótimos resultados, e indicam estarmos na direção certa.
Tomamos como exemplo um Smartphone.
A física quântica tem muitas questões ainda sem solução, como por exemplo, a origem de matéria a partir do nada e o contrário, o desaparecimento de matéria no Acelerador de Partículas Franco-Suíço (LHC). Contudo, os cálculos da física quântica tornaram possível a criação das tecnologias de TV OLED, LED e dos Smatphones (e outros produtos). Mostrando por meio da sua aplicabilidade um fundamento, uma orientação consistente. Não dominamos a física quântica, mas estamos evoluindo. |
No futuro teremos um contorno que torne possível o funcionamento de um algoritmo QSIM, e desvendado todos os aspectos da neurociência que possibilite programar os diversos aspectos da inteligência, bem como o processamento de símbolos da linguagem, criaremos uma consciência, com toda intencionalidade, não-localidade e subjetividade à nossa imagem e semelhança.
Brian Greene* é um destes cientistas que carregam tais tarefas gigantescas, atualmente envolvido com a Teoria das Cordas, está tentando formatar uma única equação que possa prever, ao mesmo tempo, o comportamento das galáxias e o das menores partículas que conhecemos.
Brian Greene* é um destes cientistas que carregam tais tarefas gigantescas, atualmente envolvido com a Teoria das Cordas, está tentando formatar uma única equação que possa prever, ao mesmo tempo, o comportamento das galáxias e o das menores partículas que conhecemos.
Em sua recente visita ao Brasil, a revista Época lhe perguntou se há limites para o que a ciência pode observar:
ÉPOCA – Mas há limites para o que podemos observar. Não podemos enxergar nada além da distância que a luz percorreu depois do Big Bang, por exemplo. Esses limites não impedem uma teoria que unifique tudo?
Greene – "Esse é um problema real. Talvez os dados que podemos ter acesso sejam insuficientes para determinar a descrição do que é o Universo. É, de fato, uma restrição. Frente a isso, há duas reações: desistir ou fazer o melhor que você pode para contornar o problema. A segunda estratégia tem nos levado muito longe. Nos anos 1920, a mecânica quântica foi usada para descrever o movimento das partículas. Agora, todos esses aparelhos aqui [aponta para o smartphone] só existem por conta da mecânica quântica aplicada. Não é só que entendemos mais, podemos usar isso para melhorar o mundo. Vou continuar seguindo essa estratégia até bater em algum muro. Ainda não batemos num muro." (Disponível em: <http://epoca.globo.com/vida/noticia/2014/09/fisica-pode-estar-perdendo-bconexao-com-realidadeb.html>. Acesso em 20 Novembro de 2014)
ÉPOCA – Com a dificuldade de fazer testes práticos, parece que a física se apoia cada vez mais em axiomas que matematicamente fazem sentido para seguir. Mas a matemática é uma construção humana, e pode levar a múltiplos lugares não necessariamente corretos, não?
Greene – "Talvez a matemática seja uma construção humana. Neste caso, eu me pergunto se... [ pausa de 5 segundos] as ideias que estamos tendo são mais um produto da nossa neurofisiologia do que o reflexo da realidade exterior. É uma possibilidade. É possível que no futuro encontremos alienígenas, mostremos a matemática, e eles nos digam: "no começo tentamos isso também, mas é limitado, está aqui o jeito correto". Mas pode ser que a matemática seja, na verdade, a linguagem da natureza. Ela pode estar entrelaçada com a realidade externa. Alguns chegaram ao ponto de dizer que a matemática é a realidade e que todas as coisas no mundo físico são apenas encarnações das ideias matemáticas fundamentais."
ÉPOCA – Mas há limites para o que podemos observar. Não podemos enxergar nada além da distância que a luz percorreu depois do Big Bang, por exemplo. Esses limites não impedem uma teoria que unifique tudo?
Greene – "Esse é um problema real. Talvez os dados que podemos ter acesso sejam insuficientes para determinar a descrição do que é o Universo. É, de fato, uma restrição. Frente a isso, há duas reações: desistir ou fazer o melhor que você pode para contornar o problema. A segunda estratégia tem nos levado muito longe. Nos anos 1920, a mecânica quântica foi usada para descrever o movimento das partículas. Agora, todos esses aparelhos aqui [aponta para o smartphone] só existem por conta da mecânica quântica aplicada. Não é só que entendemos mais, podemos usar isso para melhorar o mundo. Vou continuar seguindo essa estratégia até bater em algum muro. Ainda não batemos num muro." (Disponível em: <http://epoca.globo.com/vida/noticia/2014/09/fisica-pode-estar-perdendo-bconexao-com-realidadeb.html>. Acesso em 20 Novembro de 2014)
ÉPOCA – Com a dificuldade de fazer testes práticos, parece que a física se apoia cada vez mais em axiomas que matematicamente fazem sentido para seguir. Mas a matemática é uma construção humana, e pode levar a múltiplos lugares não necessariamente corretos, não?
Greene – "Talvez a matemática seja uma construção humana. Neste caso, eu me pergunto se... [ pausa de 5 segundos] as ideias que estamos tendo são mais um produto da nossa neurofisiologia do que o reflexo da realidade exterior. É uma possibilidade. É possível que no futuro encontremos alienígenas, mostremos a matemática, e eles nos digam: "no começo tentamos isso também, mas é limitado, está aqui o jeito correto". Mas pode ser que a matemática seja, na verdade, a linguagem da natureza. Ela pode estar entrelaçada com a realidade externa. Alguns chegaram ao ponto de dizer que a matemática é a realidade e que todas as coisas no mundo físico são apenas encarnações das ideias matemáticas fundamentais."
| Física Quântica não é um assunto de fácil domínio, sequer de fácil acesso para as camadas populares. Não está presente nos diálogos de novela televisiva, não faz parte de discurso dos candidatos a vereador e nem é letra de canção. Postei uma aula de Física Quântica para que o leitor tenha uma noção do esforço lógico-matemático envolvido e que sustenta esse fundamento, essa orientação consistente de que falei a pouco. |
Temos uma ciência com forte embasamento filosófico-matemático que tende para a possibilidade de criar uma mente consciente e artificial, por outro, a antítese, é fraca no seu argumento. Ou melhor, não há nada consistente que indique não ser isto possível. Portanto, escolhi que sim.
Na Filosofia, foi Jerry Fodor (à esquerda) um dos primeiros a enfatizar a analogia entre mente e computador.
Para ele, da mesma forma que o computador trata os símbolos como pulsos elétricos, a mente trata os símbolos como eventos químicos e elétricos. O cérebro está mais complexo que o hardware e o software de um computador, mas cabe à psicologia descrever a mente, que é o software que roda no nosso cérebro, para que possamos compilar para um programa de computador idêntico. A psicologia tem maior relevância, a neurociência nunca substituirá a psicologia no aspecto do software.
Afirma ele ainda, que os sistemas de percepção e do controle motor são modulares e se utilizam de uma linguagem inata.
Na Filosofia, foi Jerry Fodor (à esquerda) um dos primeiros a enfatizar a analogia entre mente e computador.
Para ele, da mesma forma que o computador trata os símbolos como pulsos elétricos, a mente trata os símbolos como eventos químicos e elétricos. O cérebro está mais complexo que o hardware e o software de um computador, mas cabe à psicologia descrever a mente, que é o software que roda no nosso cérebro, para que possamos compilar para um programa de computador idêntico. A psicologia tem maior relevância, a neurociência nunca substituirá a psicologia no aspecto do software.
Afirma ele ainda, que os sistemas de percepção e do controle motor são modulares e se utilizam de uma linguagem inata.
Sobre essa "linguagem" devemos dar mais atenção. Alguns filósofos, além de Fodor, concordam que existe uma linguagem universal inata (Gotlob Frege, Jiddu Krishnamurti e Wittgenstein), existe uma matriz lógica linguística, sob a qual compreendemos as linguagens existentes e criamos novas. Isso não pode passar despercebido, pois implica num modus operandi, uma chave para entender como a mente funciona, e também a consciência.
Consciência é derivado de pensamento, que precisa de símbolos, significados, verbos e logos, que possui um padrão lógico, que para Frege é absoluto e universal.
Uma discussão clássica da filosofia é a de que compreendemos o mundo de forma subjetiva. A subjetividade é o mundo interno de todo indivíduo e engloba emoções, sentimentos e pensamentos. Compreendemos o mundo através das lentes da subjetividade, que por envolver tais pensamentos precisam, por conseguinte, ter esse padrão lógico-interpretativo.
Logo, todo o universo compreendido pelo Ser consciente se baseia numa lógica-linguística padrão, da qual ele a utiliza de forma subjetiva, e só consegue fazê-lo porque essa lógica é absoluta e universal.
Sobre essa linguagem, na medida que ele aprende, ora que ela já existe, torna-se capaz de contribuir com essa linguagem e dela se realimentar continuamente. Da forma que os sociólogos chamariam de estruturas estruturantes. A linguagem do mundo ensina o Ser e o ser alimenta a linguagem que alimentará novamente outros seres.
Sendo assim a nossa existência, que é baseada na nossa consciência, possui um programa-lógico padrão, matriz, a realidade que experimentamos está dentro da nossa mente, de forma subjetiva. E na minha concepção, pode ser simulada ao nível de uma experiência de consciência não-simulada.
Para entender os próximos posts, sugiro ver o vídeo abaixo, "O que é Matrix?"
Consciência é derivado de pensamento, que precisa de símbolos, significados, verbos e logos, que possui um padrão lógico, que para Frege é absoluto e universal.
Uma discussão clássica da filosofia é a de que compreendemos o mundo de forma subjetiva. A subjetividade é o mundo interno de todo indivíduo e engloba emoções, sentimentos e pensamentos. Compreendemos o mundo através das lentes da subjetividade, que por envolver tais pensamentos precisam, por conseguinte, ter esse padrão lógico-interpretativo.
Logo, todo o universo compreendido pelo Ser consciente se baseia numa lógica-linguística padrão, da qual ele a utiliza de forma subjetiva, e só consegue fazê-lo porque essa lógica é absoluta e universal.
Sobre essa linguagem, na medida que ele aprende, ora que ela já existe, torna-se capaz de contribuir com essa linguagem e dela se realimentar continuamente. Da forma que os sociólogos chamariam de estruturas estruturantes. A linguagem do mundo ensina o Ser e o ser alimenta a linguagem que alimentará novamente outros seres.
Sendo assim a nossa existência, que é baseada na nossa consciência, possui um programa-lógico padrão, matriz, a realidade que experimentamos está dentro da nossa mente, de forma subjetiva. E na minha concepção, pode ser simulada ao nível de uma experiência de consciência não-simulada.
Para entender os próximos posts, sugiro ver o vídeo abaixo, "O que é Matrix?"
* BRIAN GREENE - O Universo elegante: Supercordas, dimensões ocultas e a busca da teoria definitiva; 2001; Companhia das Letras; ISBN 8535900985. Versão original: The Elegant Universe: Superstrings, Hidden Dimensions, and the Quest for the Ultimate Theory; 2000; Vintage; ISBN 0375708111.