(...) O Logos também pode ser visto como o "Motivo" de todas as coisas, sendo a causa que explica o anseio existencial humano tão discutido pela filosofia.
(Fonte: Wikipédia, Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Logos, Acesso em: 31/08/2014.)
Se uma pessoa deixar de lado tudo que internalizou sobre religião dentro da cultura que foi criado, poderá fazer uma brincadeira que eu fazia quando era criança, perguntando para si mesmo:
- Quem gerou meu avô? Resposta: meu bisavô.
- Quem gerou meu bisavô? R.: meu tataravô.
- Quem gerou todos meus antepassados? R.: para facilitar o entendimento, diremos que foi Adão.
- Quem gerou Adão? R.: foi Deus.
- Quem gerou Deus? R.: Uau! Não sei...
- Quem foi o primeiro ser? R.: por enquanto chamaremos a esse ser de Deus.
- O que havia antes de Deus? R.: o nada.
- Tente imaginar o nada ABSOLUTO!
- O nada é um vazio total? R.: mas o vazio total é alguma coisa.
- É um espaço escuro? R.: mas o espaço escuro é alguma coisa.
- É possível imaginar o nada? R.: Eu tentei, durante muito tempo, não consegui.
O que os filósofos já descobriram sobre o nada?
| Ao pensar-se no “nada”, associamos à nossa mente a ausência de qualquer coisa que seja, o vazio absoluto. O nada foi pensado como conceito pelos filósofos que questionavam inclusive se "o nada existe?". Ao definir o nada como a ausência de qualquer coisa, então do próprio existir, Kant apresentou a existência do nada como um "pseudoproblema", uma falsa questão. Sartre vai tratar o nada em oposição ao ser, que é o existir de algo. Heidegger, cujo pensamento foi influenciado pelos místicos, trata em sua aula inaugural, "Que é Metafísica?", que a pergunta fundamental da metafísica é "por que existe o ser e não o nada?" (ou "por que existe afinal ente e não antes nada?"), e esta pergunta, pelo cosmólogo brasileiro Mário Novello, também é a pergunta fundamental da cosmologia, quando tenta tratar como surgiu o universo, que seria o maior objeto que a ciência pode tratar. (Wikipédia. Disponível em <https://pt.wikipedia.org/wiki/Nada>. Acesso em 18 setembro de 2015) |
Precisamos separar o conceito de "nada" metafísico de outros conceitos. Como por exemplo, o vácuo, o vazio físico e o vazio matemático, entre outros.
O vácuo, para os físicos, representa a ausência de matéria num determinado espaço, porém, poderia haver forças e ondas (seja, magnética, gravitacional, etc.)
O vazio físico seria a ausência até mesmo de forças e ondas num determinado espaço, mas ainda haveria alguma coisa, que é exatamente esse espaço.
O vazio matemático, uma abstração, como um conjunto vazio, porém conjunto é uma idéia, portanto, alguma coisa.
Este capítulo trata do "nada" metafísico.
A mente humana tem limites: não consegue, por exemplo, parar de imaginar, ou imaginar o nada. Conseguimos imaginar o infinito? O infinito é real, ou apenas um conceito matemático? Até onde podemos conhecer, então? Eis uma questão tão antiga quanto a Filosofia.
As bases do conhecimento estão na relação de como entendemos o mundo, pela via da experiência objetiva, ou materialista, ou pela via da razão ou da subjetividade.
Segundo Immanuel Kant (1724-1804), a razão humana não pode dizer nada sobre Deus, ou liberdade, pois esses fenômenos não podem ser experimentados (cientificamente) no mundo, portanto, não valem de nada.
Filósofos modernos tratam a questão de forma diferente – Edmund Husserl, Heidegger e Sartre -, como Merleau-Ponty (1908-1961), sobre uma Fenomenologia da Percepção, onde devemos descrever essas experiências a partir de nossa subjetividade, e que o mundo material é entendido pela nossa consciência. É na consciência que tudo se dá, é lá que todas as experiências são percebidas, processadas e internalizadas. É na consciência que tudo vale, talvez o que aconteça no mundo “externo” seja uma ilusão, podemos confiar e processar apenas o que a consciência consegue perceber.
Isso nos lembra René Descartes (Pai da Filosofia Moderna, 1596-1650), dizia ele: a única coisa que posso ter certeza é que “penso, logo existo” (Cogito, ergo sum).
Embora cada filósofo moderno tenha pensamentos complexos e até conflitantes, percebemos, nestes citados, um consenso de que a investigação deve começar com fenômenos reais de nossa existência.
Acompanhando essa linha de raciocínio, voltemos a falar de um dos maiores filósofos existencialistas da era contemporânea: Jean-Paul Sartre (1905-1980) escreveu uma obra clássica, “O Ser e o Nada”, muito sugestiva para o tema que quero desenvolver aqui. Sartre também usa o “Cogito, ergo sum”, prega que a consciência nos apresenta a realidade das coisas externas; ela é a prova da existência de um objeto da consciência. Ao sujeito da consciência Sartre atribui a ilimitada liberdade de se criar.
Quanto ao infinito? Ele é paradoxal em muitos sentidos. O infinito matemático de Isaac Newton é diferente do infinito espacial de Kant, hoje, muitos cosmólogos acreditam que o espaço é uma dimensão tridimensional de um universo quadridimensional, ou seja, existe uma dimensão deste universo que a mente ou os sentidos humanos são incapazes de perceber, isso impossibilita o ser humano de sentir e tomar consciência de toda verdade ou conhecimento.
Se tomamos consciência de nossas limitações, então, prosseguir é uma questão de ESCOLHA - para alguns necessidade.
Antes de chegarmos até aqui, Platão já afirmava, sobre o alcance do nosso conhecimento, que não basta ser uma razão qualquer, tem que ser uma razão que sustente o conhecimento, mudando o foco de “o que podemos conhecer?” para “o que é uma boa razão para acreditar em algo?”.
Mesmo que não possamos provar a existência material de Deus, vale a pena tentar responder à angústia humana? (“De onde vim, quem sou, para onde vou?” )
Se aceitarmos tais condições, teremos que estar cientes dos recursos que temos disponíveis para prosseguir:
1. Devemos investigar pela via racional, tendo a subjetividade como precendente, talvez fazendo uso de uma “epoché” fenomenológica; mas usando como início objetos da nossa existência;
2. Os objetos da nossa existência também envolvem espaço-tempo e limites para o nosso conhecimento;
3. Utilizaremos o método dedutivo de Descartes;
4. Na falta de elementos que impeça um desenvolvimento Empírico como pensado por Francis Bacon, utilizamos a ferramenta restante, que é a Dialética, formulando a Tese, Antítese e Síntese;
5. A comunicação é parte fundamental da questão Dialética ou qualquer forma que pretenda uma evolução do conhecimento, pois as idéias precisam ser externadas, compartilhadas, confrontadas e assimiladas pelos indivíduos, tornando-se herança para as futuras gerações que adicionarão novos elementos, para assim, se chegar o mais próximo possível de uma conclusão.
6. Devemos cruzar informações da Filosofia, Sociologia, Física e outras ciências.
Um dos motivos de estar escrevendo aqui é para fomentar essa questão Dialética, pois o que pretendo desenvolver precisa ser confrontado.
Quando os neoplatônicos (inclua São João) disseram que no princípio havia o Verbo, diziam que no princípio havia uma Razão que se fez consciente, utilizaram suas ferramentas dialéticas, suas experiências de espaço-termpo (já que falamos “no princípio”, temos o objeto tempo) e suas formas subjetivas, ou seja, chegaram à essa conclusão utilizando o método dedutivo e dialético simplesmente com a Razão.
No princípio o “Verbo/Logos/Idéia/Significado” estava com “Deus/Ser Primeiro”, porque era o próprio Deus não podendo ser dissossiado um do outro. O primeiro só passou a existir porque o segundo passou a existir, e aí começa a vida, no momento que esse Ser tomou consciência de SI enquanto Idéia - qual poderia ter sido a primeira Idéia? Resposta: EU enquanto significado/idéia.
O conceito “Verbo/Logos/Idéia” tem um valor precedente à toda existência e subentende a RAZÃO, e talvez, somente por meio dela, possa ser compreendida.